sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Cialis endurece a concorrência com o Viagra e lidera o mercado usando Marketing

A luta pela preferência do consumidor não tem limites para as empresas que buscam ganhar mercado, não importa o setor. A Eli Lilly já atua no setor farmacêutico desde 1876 e chegou ao Brasil na década de 1950. Hoje a empresa lidera o mercado de disfunção erétil com o lançamento de Cialis, medicamento que concorre com o mais famoso deles, de cor azul, o Viagra.

A Lilly precisou de um planejamento de Marketing diferenciado para chegar ao consumidor e marcar presença nas prateleiras e receitas médicas. Um dos maiores problemas é a lei que impede a propaganda sobre o tratamento, mesmo sem ser mencionada a marca do produto. Foi então que a Lilly passou a oferecer o Cialis para médicos e farmacêuticos, para que assim atingisse o público leigo.

Mesmo tendo que confiar na boa vontade dos profissionais de saúde para vender o produto, o Diretor de Marketing da Lilly, Luciano Finardi, acreditou no diferencial do Cialis para leventar às vendas. Apesar da dura realidade dos pacientes que sofrem de disfunção erétil, o Cialis pretende convencer os brasileiros a ter confiança em seu desempenho sexual.

Ereção sem pressão
Com 133 anos de história, a Eli Lilly nasceu em Indianápolis (EUA) e hoje oferece medicamentos para o tratamento de esquizofrenia, transtorno bipolar, câncer, depressão, osteoporose, entre outros. Em muitos casos, a empresa precisa do apoio dos profissionais para levar o medicamento ao paciente, e mais ainda, quando a pessoa sofre de disfunção erétil. 

Diferente do seu concorrente azul, o efeito do Cialis dura por 36 horas. Mas não por isso o paciente deve se esconder ou se preocupar em ficar “aceso” por tanto tempo. “Isto significa que nas 36 horas posteriores ao ingerir Cialis o paciente será estimulado pelo produto, que estará disponível em seu organismo”, explica Luciano Finardi (foto), Diretor de Marketing da Lilly, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Ao contrário do que parece, o Cialis não oferece ereção por 36 horas, mas garante a ereção durante este período, enquanto o Viagra oferece somente quatro horas de duração e ainda a pressão por ter que se relacionar naquele momento. “Oferecemos espontaneidade, flexibilidade e opção por escolher o melhor o momento para uma relação”, diz Finardi.

Vergonha dificulta tratamento
Ao entrar em um mercado onde os consumidores têm vergonha de serem identificados, a Eli Lilly já imaginava os desafios que estavam por vir. Em um mercado altamente competitivo e com poucos players, o Cialis sempre esteve relacionado com os profissionais da área, já que os pacientes não procuram estes produtos nas farmácias. “Não é como o remédio para depressão, que tem muitas opções. São cinco marcas apenas e, às vezes, nossos concorrentes usam os canais farma, que não é dos mais éticos para fazer promoção”, conta o Diretor de Marketing da Lilly ao site.

Além da vergonha, os homens que precisam de tratamento para disfunção erétil demoram muito tempo para se darem conta de que precisam de ajuda. “Este mercado não cresce de forma saudável porque quem está dentro fica e é difícil aparecer outros pacientes”, afirma o executivo.

Outro fator que também é visto pela Lilly como desafio são as restrições impostas pela lei que impede as ações educacionais sobre o assunto. Tem também a falsificação que é muito comum. “Desenvolvemos estratégias para que médicos e farmacêuticos informem aos pacientes sobre as características do produto como embalagens, por exemplo. A maioria dos remédios falsificados que são enviados para nós tem algum principio ativo, mas também o risco de intoxicar o corpo de acordo com os padrões estabelecidos” ressalta Finardi.

Cialis também entre os jovens
Apesar de o público jovem ter uma participação no consumo de remédios para disfunção erétil, ainda são os homens entre 40 e 60 anos de idade que mais consomem Cialis. De acordo com o diretor de Marketing da Lilly, o problema dos jovens é mais psicológico do que necessidade. Mas, de uma forma ou de outra, precisam deste medicamento.

Para continuar na liderança de mercado, a principal estratégia da marca Cialis é estar sempre atenta aos movimentos dos concorrentes que fazem ações antiéticas. Por isso, Finardi afirma que a empresa trabalha conversando com os concorrentes para que as regras sejam respeitadas. “Estamos constantemente conversando com autoridades procurando estabelecer um diálogo com este público. Em parceria com a Polícia, fazemos cursos para os agentes sobre pirataria e ações de inibição com um manual que explica a diferença dos produtos originais para os falsos”, diz Finardi, que completa: “O Cialis é o comprimido para disfunção erétil mais vendido no Brasil, com 42% contra 39% do nosso concorrente principal. Ficamos em segundo lugar entre os remédios mais vendidos, perdemos apenas para o Dorflex”.